Alentejo

Comer, beber e petiscar são rituais, formas de socializar e festejar!

Numa casa verdadeiramente alentejana, a mesa está sempre posta! Este é o principal requisito para descobrir a gastronomia e os vinhos desta região. Fazem parte – e são uma parte feliz – do quotidiano mais autêntico da Região. Aqui, existem mais de 250 produtores, com uma área cultivada na ordem dos 22.000 hectares.

A qualidade do vinho alentejano resulta de vários factores: o casamento perfeito entre as castas utilizadas e os vários tipos de solo; as milhares de horas de sol; a disciplina dos viticultores, que entendem que um bom vinho começa com boas vinhas; e, finalmente, as competências que os enólogos têm revelado na arte de fazer vinho, conciliando tradição e modernidade. Os vinhos brancos são aromáticos, frescos e harmoniosos, resultado do blend de castas. Os tintos têm aromas intensos de frutos maduros e são suaves, equilibrados e encorpados. Apesar de serem vinhos jovens espantosos, envelhecem graciosamente para sabores complexos e suaves.

No Alentejo, a força da terra marca o correr do tempo, e cidades como Évora e Elvas, classificadas Património Mundial pela UNESCO, mostram a tenacidade das gentes.

Muralhas para vigiar o horizonte

Toda a paisagem alentejana é marcada por castelos, fortalezas, torres de vigia e vilas fortificadas, testemunhando que, com a Reconquista Cristã firmemente implantada no sul, era necessário continuar a defender as fronteiras do país a leste, respondendo às guerras com Espanha, impedir os ataques marítimos de oeste e, em todo o interior, travar os avanços na fronteira.

O ambiente mourisco

O período de ocupação árabe, iniciado no século VIII, prolongou-se no sul de Portugal durante quase 500 anos. Deste longo período de ocupação partilhada, herdámos ferramentas e técnicas agrícolas, sistemas de captação e armazenamento de água, costumes culinários, vocabulário, técnicas de construção, gostos decorativos, estilos artísticos, ambientes urbanos. Os arquétipos de muitos dos nossos castelos da Reconquista são de carácter mourisco e várias igrejas cristãs foram construídas sobre mesquitas anteriores.

O ambiente do convento

Tudo começa, mais uma vez, na época da Reconquista, quando reis e ordens religiosas militares se uniram para pôr fim à ocupação dos “infiéis”. Desde as origens da Nacionalidade até ao século XIX, primeiro com a ajuda dos militares, depois com a missão de evangelizar, educar e (nos tempos sombrios da Inquisição) defender a fé católica ortodoxa, o Clero, ordenado e secular, tem desempenhado um papel muito importante na história do Alentejo. Durante séculos, a Igreja e as ordens religiosas foram os principais proprietários de terras na região.

Évora, Património Mundial da UNESCO

Évora é o ponto de referência incontornável para quem vem ao Alentejo inspirado pelo tema do Património. Classificada pela UNESCO como Património da Humanidade, Évora ocupa justamente um lugar de destaque em qualquer roteiro de Turismo Cultural.

O seu património arquitetónico e artístico é tão omnipresente e impressionante que só por si orienta os passos de quem gosta de passear sem rumo fixo: do romano ao barroco, todas as épocas da história estão documentadas com obras que satisfazem plenamente o olhar e a alma.

Artes e ofícios tradicionais

O artesanato alentejano está a mudar. Já lá vai o tempo em que se identificavam apenas com os rostos rugosos dos antigos mestres, que trabalhavam o barro, o ferro, o estanho, a madeira, a cortiça, o couro, o chifre, e com as mãos hábeis das mulheres que pintavam a louça do dia a dia, faziam rendas, bordados ou passavam horas intermináveis em frente aos seus teares.

Entre as Artes que estão a estabelecer o direito a ter futuro, destacamos três: a cerâmica e a pintura e, finalmente, os têxteis (os famosos tapetes de Arraiolos). Estão ligados a dois centros de criação bem definidos, que atualmente oferecem formação prática aos visitantes curiosos.

Um sistema único e delicado cujo equilíbrio é responsável por grande parte da biodiversidade da fauna e da flora.

A natureza no seu estado puro – Serra de Ossa

Os carvalhos, as azinheiras e as oliveiras são as árvores florestais mais comuns no Alentejo e constituem um sistema muito singular e delicado, cujo equilíbrio é responsável por grande parte da biodiversidade da fauna e da flora. O Alentejo depende também em grande medida dos seus recursos hídricos e foi por isso que se construiu o maior lago da Europa: o Alqueva, para assegurar a existência de um reservatório estratégico de água, bem como para permitir o regadio agrícola. As planícies características do Alentejo e a correspondente ausência de barreiras orográficas impedem a condensação da humidade proveniente do oceano, negando uma influência atlântica mais marcada. No entanto, os poucos pontos orográficos que surgem no Alentejo, são os principais responsáveis pela regulação e identidade das suas sub-regiões vitivinícolas. É curioso observar como potenciais problemas foram resolvidos pela natureza e pelas gentes do Alentejo. Não admira que sejam tão orgulhosos da sua cultura!

Pelas terras mágicas de Alqueva

A imensa extensão de água tem uma área de 250 km2, estende-se por mais de 80kms ao longo do curso do rio Guadiana e, com as suas mil enseadas, tem um perímetro de 1.160 kms. A nova beleza que resultou desta construção misturou-se perfeitamente com a tradicional: composta por milhares de oliveiras, sobreiros, azinheiras, e também pelo notável património de cidades e aldeias fortificadas que defenderam a fronteira ao longo dos séculos.